EM DIRETO DO BIVOUAC
Bruno Famin, Diretor da Peugeot Sport
«O nosso shakedown permitiu-nos afinar os últimos detalhes e terminar a preparação dos nossos carros e das peças de substituição. Foi ainda uma boa oportunidade para os nossos pilotos encontrarem as suas referências antes do arranque da prova. Conseguimos completar todas as tarefas que previmos, mas nunca se pode afirmar estar-se completamente pronto para o Dakar, simplesmente porque nunca se sabe o que a prova nos reserva. A meteorologia é sempre um parâmetro importante e parece que o tempo estará instável nos primeiros dias, com um cocktail de tempestades e de calor. Isso pode desempenhar o seu papel, sendo que, estamos, também e naturalmente, cautelosos com as duas outras equipas de fábrica que enfrentamos este ano, a Mini e a Toyota. Estamos, talvez, um pouco preocupados com a última devido às alterações do regulamento ao nível do equilíbrio da performance que afetam os motores turbodiesel e a gasolina. Esta equipa também conta com três fortes duplas de pilotos, o que promete uma competição mais acirrada do que nunca, num evento suscetível de ser altamente complexo, como resultado de modificações nas regras da navegação.»
Stéphane Peterhansel/Jean-Paul Cottret (PEUGEOT 3008 DKR, nº 300)
«Acho que trabalhámos bem ao longo do ano e acumulámos o máximo de informação possível a nosso favor, em todas as frentes, humanas e técnicas. Esta prova nunca é simples, claro, mas não me sinto sob qualquer pressão em particular. Só quero começar! O meu objetivo é divertir-me ao volante do novo PEUGEOT 3008 DKR, modelo que mudou em várias áreas, em comparação com o 2008 DKR. É algo bom porque o Dakar tornou-se mais numa prova de sprint nas pistas do que uma verdadeira maratona no deserto. Estou curioso para ver qual será o efeito de passar tanto tempo a alta altitude na Bolívia, algo que vai ser novo para todos. Ter ar condicionado a bordo será um bónus. Esteve muito quente e húmido durante o nosso shakedown, mas o sistema cumpriu o seu papel na perfeição. É ótimo contar com ele, em termos de conforto e de performance.»
Carlos Sainz/Lucas Cruz (PEUGEOT 3008 DKR, nº 304)
«Temos uma boa velocidade de ponta. Após todo o trabalho feito este ano, mal posso esperar pelo início da prova aqui no Paraguai. Acho que trabalhámos na direção certa com o 3008 DKR. Parece ser mais fiável do que o carro do ano passado e talvez até um pouco mais rápido apesar do restritor de ar do motor, que tivemos de adotar para estar em conformidade com os regulamentos. É difícil ter uma opinião sobre o percurso, já que, de momento, só temos uma visão global. Temos de ser pacientes, porque nunca se sabe realmente o que o Dakar nos esconde. Todos parecem achar que as etapas serão difíceis e a minha experiência diz-me para ser cauteloso.»
Cyril Despres/David Castera (PEUGEOT 3008 DKR, nº 307)
«É um prazer estar, pela 3ª vez, à partida do Dakar em quatro rodas, num total de 17 participações. Sinto-me um pouco mais tranquilo pois começo a conseguir domar ‘a besta’. A vitória no Silk Way Rally do passado verão e ter liderado o Rali de Marrocos permitiram-me explorar ainda mais os seus limites. Sinto-me em boa forma, tanto mental como fisicamente. Tenho menos experiência do que os restantes nas quatro rodas, pelo que aprecio particularmente o fato do 3008 DKR ser mais estável graças ao trabalho feito ao nível do chassis e das suspensões. É um fator que talvez seja menos crítico para meus companheiros de equipa mas é importante para a minha confiança. As etapas serão um desafio enorme, com as altas altitudes na Bolívia, seguida das dunas de areia e dos arbustos na Argentina na segunda semana. Parece-me que vai ser um Dakar muito exigente também para os navegadores. Os controlos dos waypoints são um novo parâmetro que rapidamente terão de compreender.»
Sébastien Loeb/Daniel Elena (PEUGEOT 3008 DKR, nº 309)
«No Dakar do ano passado foi praticamente tudo novo para mim e para o Daniel. Fomos fortes nas pistas, mas havia espaço para melhorias sempre que nos desviamos dos trilhos. Consequentemente, trabalhámos muito durante o ano de 2016, em especial no Silk Way Rally, prova do verão passado que nos deu uma experiência valiosa. Espero que seja suficiente para sermos competitivos, quer nas etapas do tipo WRC, quer no fora de estrada. Comparado com o 2008 DKR, o PEUGEOT 3008 DKR é globalmente um pouco melhor em cada área. Foi feito muito trabalho ao nível do motor e da suspensão, bem como nos sistemas eletrónicos do carro para curar os pequenos problemas que tivemos, aqui e ali, no ano passado. O motor melhorou, mas vamos ser penalizados pelo restritor de ar ditado pelos regulamentos técnicos mais recentes. Por outro lado, temos uma vantagem importante ao nível do curso da suspensão, capaz de absorver os terrenos mais agrestes e de viajar em velocidade sobre pisos mais duros. Sinto-me bastante descontraído mas estou perfeitamente ciente do fato de que o Dakar dura duas semanas e que terá, sem dúvida, muitas surpresas. Precisamos, portanto, de nos mantermos concentrados e abordar um dia de cada vez. Vamos dar o nosso melhor e ver o resultado que surgirá no final.»