19/01/2015
Após uma incursão na Bolívia, durante a qual as equipas tiveram que dispensar a ajuda dos seus mecânicos, a segunda parte da etapa maratona trouxe a caravana do Dakar de volta ao bivouac chileno de Iquique. Para tal, os concorrentes tiveram de se transcender, enfrentando as impressionantes dunas em redor do acampamento. Stéphane Peterhansel/Jean-Paul Cottret e Cyril Despres/Gilles Picard, as duas duplas do Team PEUGEOT-Total, tiveram um novo dia produtivo. Peterhansel mantém o 8º lugar da geral, enquanto Despres continua a acumular uma valiosa experiência. Amanhã, no tradicional dia de descanso, as equipas não irão estar ao volante, preparando-se a longa expedição que os trará de volta, ao longo da semana, a Buenos Aires.
O Dakar tem uma reputação de ser cansativo, mas nada podia ser tão demolidor como a épica etapa maratona dos últimos dois dias. Aos 321 km da véspera juntaram-se hoje (ontem) nada menos do que 510 km cronometrados, elevando a quilometragem total aos 831 km, percorridos pelos concorrentes durante estes dois dias! Só pilotos e navegadores puderam intervir na mecânica durante esta fase, um teste definitivo em matéria de fiabilidade e solidez para as viaturas inscritas.
Esta manhã (de ontem), depois de 24 km de ligação que os fez passar pelo Salar de Uyuni, os concorrentes atacaram a especial numa magnífica pista traçada num lago de sal, antes de iniciarem a subida até à fronteira chilena e, logo após, transpondo uma impressionante sucessão de dunas até à costa. Ambos os carros tiveram dificuldades em sair do acampamento de Uyuni mas, com a ajuda da dupla Benediktas Vanagas/Andrei Rudnitski (# 339) que os rebocaram, ambos os pilotos conseguiram, por fim, arrancar para a especial.
Uma vez em prova, os dois PEUGEOT 2008 DKR ultrapassaram a etapa maratona com brio. Stéphane Peterhansel conserva o seu 8º lugar na geral graças ao 7º chrono realizado hoje (ontem), enquanto Cyril Despres foi 29º na especial, apesar dos problemas de direcção assistida.
Stéphane Peterhansel (# 302): «O resultado é muito bom. Poderíamos esperar poder fazer melhor mas o motor sofreu um pouco em alguns pontos, em altitudes muito elevadas, pelo que a prioridade era terminar, em vez de assinar um bom tempo. O carro é ainda jovem, pelo que não é possível atacar tão forte como se contássemos com uma viatura mais desenvolvida. Tendo em conta este factor, os dois dias da etapa maratona correram bem na generalidade. Foi muito bom rolar na Bolívia, registando-se um grande entusiasmo da população, tendo passado mais de 36 horas a uma altitude superior a 3800 metros. Foi muito difícil em termos físicos, pela enorme fadiga e dores de cabeça, mas é esse o objectivo de uma etapa maratona: ser difícil».
Cyril Despres (# 322): «O balanço de hoje (ontem) é bom, já que regressámos ao acampamento de Iquique. Apesar do mau tempo que tivemos que enfrentar ontem (antes de ontem), os dois dias passados na Bolívia foram magníficos. Foi fantástico ver o Salar de Uyuni, a maior extensão de sal do mundo e uma das mais lendárias paisagens do planeta».
Bruno Famin, Director da Peugeot Sport: «É muito positivo ter os dois carros de regresso após a etapa maratona sem que se tivessem registado grandes problemas técnicos, apenas alguns pequenos detalhes. Os pilotos continuam a sua ascensão na classificação, mesmo que este não seja o nosso objetivo. A nossa performance global tende a mostrar que o nosso carro está num bom nível, mesmo sob condições tão difíceis como a chuva, granizo e lama com que nos deparámos ontem (antes de ontem). Vamos agora preparar os carros para a viagem de regresso a Buenos Aires com o foco em trazê-los até ao fim, no Sábado».