13/01/2015
A enorme montanha russa que constitui este primeiro Dakar da Team PEUGEOT Total continuou no Chile, com Stéphane Peterhansel a voltar ao top 10, enquanto Carlos Sainz teve de abandonar fruto de um acidente de que saiu ileso, tal como o seu co-piloto Lucas Cruz. Cyril Despres também não teve um dia fácil, já que rasgou um pneu e perdeu muito tempo.
Com os seus 9000 km, o Dakar é considerado como a corrida mais difícil do mundo, tendo já demonstrado, por diversas vezes, que essa reputação se mantém. Com 458 km, a demolidora especial de hoje caracterizou-se por grandes extensões de fesh-fesh, uma areia muito fina que projecta uma poeira que se mantém no ar e que torna muito difícil a leitura do terreno.
Apesar dessas condições, Stéphane Peterhansel (# 302) teve uma excelente prestação, subindo do 12º ao 9º lugar da classificação geral, graças ao 5º melhor tempo que registou na difícil especial, completada sem qualquer problema técnico.
«Foi uma especial delicada, com muito fesh-fesh», comentou à chegada. «O percurso de hoje era, também, muito acidentado e penso que a nossa definição para os amortecedores talvez fosse algo demasiado mole, fazendo-os bater no topo na aterragem dos saltos. Durante os nossos testes de preparação nunca andámos em trilhos como estes. Tentei, então, reduzir a velocidade para evitar correr riscos. Não cometemos um único erro e o nosso objectivo é agora de chegar ao final da prova. É essa a nossa prioridade.»
Já Carlos Sainz (# 304) teve de abandonar, fazendo-o a apensas 20 km da chegada, depois de ter acertado numa pedra quando rolava na poeira de um quad. Sem ver nada à sua frente, capotou por cinco vezes, num acidente de onde a equipa saiu ilesa, mas também sem hipótese de continuar em prova. Vencedor da edição de 2010, o espanhol conseguiu nesta edição alcançar o 4º lugar da geral no final do terceiro dia. É, por agora, a melhor classificação intermédia para a estreante PEUGEOT 2008 DKR.
«Estou muito decepcionado, especialmente depois de todo o trabalho realizado pelos mecânicos ontem à noite, quando chegámos ao acampamento às 3h30 da manhã», lamenta Sainz. «É sempre terrível abandonar, independentemente do motivo».
Quanto a Cyril Despres (# 322), também ele se deparou com problemas, felizmente com menores consequências, tendo rasgado uma roda ao km 64. Dado que esta foi uma das raras especiais em que motos, carros e camiões a disputam em simultâneo, o piloto pôde esperar pela assistência PEUGEOT inscrita na prova para resolver o problema. Contudo, regressou muito tarde à prova, pelo que a sua actual classificação carece de confirmação por parte da organização.
Bruno Famin, Director da PEUGEOT Sport, resume, assim, esta atribulada etapa: «O ponto principal do dia foi, naturalmente, o abandono do Carlos, depois de um acidente em que a equipa saiu, felizmente, ilesa. São condicionantes da competição. O Cyril cometeu um pequeno erro e ainda aguardamos o seu regresso ao bivouac, enquanto o Stéphane alcançou um notável 5º lugar na especial, demonstrando, de novo, que o carro é competitivo. Não tivemos problemas técnicos significativos e continuamos a aprender e a ganhar experiência. Isto é exatamente o que esperávamos deste Dakar, e assim vamos tentar continuar, tanto quanto nos for possível».