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Do ‘Quadrilette’ ao Novo 508

17/11/2014

A secção frontal dos modelos Peugeot tem-se inspirado nas diferentes tendências de design, sendo reflexo dos seus 200 anos de existência. O Novo 508, o mais recente lançamento da Marca, dá um novo passo em frente no que se refere à sua imagem, dando início a uma fase em que os códigos estéticos actuais da Peugeot se conjugam com a tradição.
A frente de um veículo é um dos elementos com maior expressão no design de um automóvel, já que se traduz, de um modo geral, o primeiro ponto de contacto do olhar. Na Peugeot esta é uma área inspirada no conceito felino, pois olha para um modelo Peugeot de frente é o mesmo que se olhar para um leão. Da grelha aos cromados, dos faróis ao emblema, a Peugeot tem feito evoluir esta área ao longo dos seus 200 anos de história.
Antes de iniciar o baptismo dos seus modelos por numeração, a Peugeot apelidava os seus veículos como «Type» e, dentro desta série inicial, o Quadrilette era um modelo icónico. Era desta forma popular que, então, se nomeavam os veículos Peugeot que existiram entre 1921 e 1924, como o Type 161 e o Type 172. A frente do Quadrilette era eminentemente vertical, especialmente devido à sua grelha, encimada pela inscrição «PEUGEOT», uma forma primitiva do que viria a tornar-se na tipografia do mesmo nome. Protegida por uma secção cromada no seu topo, esta grelha suavizava o conjunto. Em ambos os lados, como se de guardiães se tratassem, surgiam os faróis circulares. Esta combinação, em conjunto com os pneus da época e os arcos das rodas, estilizava a impressão visual transmitida pelo Quadrilette.
Com o passar dos anos surgia o primeiro Peugeot «numerado»: o 201. Para além de iniciar um legado que ainda hoje perdura, tratou-se do primeiro sucesso industrial da Marca. A sua silhueta ainda lembrava a do Type, mas começava também a deixar adivinhar o caminho que o automóvel seguiria nos anos vindouros. O logótipo incorporava a referência explícita ao nome do modelo, incluindo-o por debaixo do nome «PEUGEOT» - uma solução que depois surgiria no futuro Peugeot 601, por exemplo - denominação que se duplicaria no topo da grelha.
As linhas de estilo dos modelos Peugeot viriam a evoluir de um modo gradual durante os anos 30 e 40 do século passado, embora mantendo traços comuns. Diferentes em todos eles, as frentes de modelos como o Peugeot 301, 601, 401, 402 e 202 mantiveram a filosofia dos anos iniciais: verticalidade e estilização.
O primeiro grande ponto de inflexão surgiu com o Peugeot 203, modelo lançado em 1948, dando início ao tempo das frentes horizontais. Neste caso, a grelha ocupava quase a largura das vias e assentava num pára-choques cromado. Acima dela aparecia um novo logótipo em forma de T e o nome do modelo escrito na vertical, numa solução que já havia sido usada no 202, por exemplo. Sobre o capot repousava uma insígnia com um logótipo Peugeot semelhante ao contemporâneo, em que o leão adopta uma posição assente sobre as duas patas traseiras, que ainda hoje se mantém.
Com várias adaptações, os modelos seguintes manteriam esta tendência. O 404 incluía a insígnia do leão no centro da sua grelha; o 403 era mais minimalista; o 204 apresentava este elemento com um padrão quadriculado de clara inspiração na bandeira de xadrez das provas de automobilismo.
O enorme salto qualitativo foi dado pelo Peugeot 504. Surgiu em 1968 e o seu design esteve a cargo de duas equipas distintas: a lendária Pininfarina, por um lado, e Paul Bouvot, por outro. A Direcção-Geral na época escolheu as linhas gerais do projecto do carroçador italiano, mas coube a Bouvot ‘arrasar’ com a frente. Propôs uma face marcada por grandes faróis trapezoidais que flanqueavam uma grelha formada por cromados e um novo logótipo do leão. A história conta que Sergio Farina, ao olhar para o resultado final, exclamou: «são os olhos de Sophia Loren». Uma alcunha que se tornou histórica e que enche de especial relevância a silhueta do tipo coupé deste modelo.
Este 504 inicia a era contemporânea do design Peugeot e os sucessivos herdeiros - Peugeot 304, 104, 604, 305 ou 505 - apresentando traços comuns, que se reflectem numa continuidade em termos de frente. Com esta oferta, a Peugeot enriquece a sua gama de opções de produtos em vários segmentos, todos com uma identidade visual comum.
Em 1983, a Peugeot ilumina um mito, com o lançamento do 205. Embora já estivesse presente no segmento com modelos como o 104, com este modelo a Marca deixava de ser um construtor apenas associado a grandes berlinas para se tornar num construtor universal. O ‘culpado’ foi um utilitário ao gosto de todos os tipos de clientela, num espírito democrático alcançado também através do seu design e, como não poderia deixar de ser, pela sua secção frontal.
Neste caso, o 205 era mais moderno e tal partia desse elemento. Os faróis permaneciam trapezoidais mas mais simples, inspirados nas tendências de design dos anos 80. A grelha combina com a restante carroçaria, formando mesmo parte dela. As poucas diferenças surgiam de acordo com a versão, por exemplo, os faróis de nevoeiro projectados para o exterior ou a linha vermelha que atravessava o pára-choques. Já o Peugeot 205 Rallye diferenciava-se por uma inserção na grelha de um decalque com as cores da PEUGEOT Sport.
Alguns anos mais tarde, a Peugeot voltaria a recorrer à Pininfarina para desenhar (e, neste caso, também fabricar) um novo modelo, uma versão coupé do 406. Com esta silhueta pretendia-se estilizar as formas da berlina, mantendo os seus três volumes. Um objectivo alcançado pelo equilíbrio de formas, nomeadamente através de uma redução dos elementos supérfluos. Em 1997, nascia o 406 Coupé e o design da sua frente iniciava uma nova tendência, sendo mais felina, mais alongada e mais horizontal. O logo do leão modernizava-se, a grelha surgia rebaixada, num exercício visual que procurava dar continuidade ao conjunto, enquanto os restantes detalhes, como as ópticas, tinham a sua razão de ser também ao nível de design.
Em 2004, o Peugeot 406 passava o seu testemunho ao 407. A imagem, como um todo do trabalho da Marca, perseguia o mesmo efeito de elegância e fluidez, mas com maior ênfase em algumas das características do 406 Coupé. Neste mesmo formato de carroçaria, o 407 apresentava uma grelha maior, faróis mais alongados e entradas de ar rasgadas que tornavam a sua imagem ainda mais atlética e felina.
A entrada em segmentos até então inéditos e a criação de conceitos inovadores também inspiraram projectos nunca antes vistos e, por conseguinte, zonas frontais. Por exemplo, o 3008, o crossover da Marca, na sua primeira versão já combinava essa imagem felina com um seu espírito de campista. O resultado é uma grelha mais imponente e mais volumosa, junto a grupos ópticos prolongados pela carroçaria.
A 8 de Janeiro de 2010, ano em que soprava 200 velas, a Peugeot apresentava o concept que daria início aos princípios básicos do actual design da Marca, o PEUGEOT SR1, dando início ao terceiro século, tanto da sua própria história como da do automóvel. A frente do SR1 acabaria por se integrar na actual gama. A característica mais marcante é o emblema do leão integrado no capot, parecendo esculpido no próprio. Modelos como o Novo Peugeot 308 recorrem a ópticas de LED para desenhar um olhar que o SR1 já exibia.
Em Setembro último, a Peugeot deu início à comercialização do Novo Peugeot 508, uma berlina estatutária que recorreu aos códigos de design actuais, actualizando-os com novidades que veremos nos próximos lançamentos da Marca. Como um aceno à sua história, o leão regressa ao centro da grelha. Versões como o RXH combinam a sua aparência robusta com a elegância felina que a Peugeot tem sabido defender ao longo dos seus 200 anos e cuja evolução temos assistido através das frentes dos seus modelos.
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